quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

ESTESIA
Viam em sombras e eu saio a derramar a minha ânfora de alegria pelos campos expectantes.
Espera um pouco. Deixa-me acostumar com a tua claridade, a fim de que os teus olhos dominem os meus, e eu já não saiba distinguir se essa luz que me felicita vem de ti ou se a fizeste desabrochar na haste da minha ansiedade ao calor da tua presença.
A minha vigília é solitária e a minha espera é inquieta .
A noite me roubou a esperança, que partiu levando o sono de que eu necessitava.
O vento ulula pelas frestas da minha janela. e. não fosse a sua voz desesperada, eu suporia ser o ruído do teu carro,trazendo-te á minha casa.
Toda caminhada de amor é um abrir de caminhos em florestas cerradas.
Eu acalmo todos os desejos desta ansiedade asfixiante e espero.
Ouço risos e guizos dos pés, e tambores e flautas anunciando a tua chegada.
Abro a porta , ansioso, e verifico que nesta noite de vigília solitária o meu cansaço se veste de ilusão e surge a minha frente.     (DIVALDO PEREIRA FRANCO)

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